segunda-feira, 31 de março de 2008

A prosperidade e o Dízimo


Um dos maiores perigos para a fé pequena é o mercantilismo barato de nossos interesses.

Barganhamos om Deus o seu projeto de redenção. Assim, a prática do Dízimo, quando não vivenciada pela plenitude da fé, torna-se um canal de fácil acesso para atingir nossos interesses, uma prática quase corriqueira em nossas relações com o Pai, o Ser misericordioso e previdente que comanda nossas vidas.

Há sim promessas de prosperidade na prática do Dízimo. Não podemos entretanto limitar o sentido dessas promessas, mas penetrar mais a fundo no significado bíblico da prosperidade.

Nos dias de hoje, próspero é aquele que se farta de bens materiais, que " vence na vida", afigado em gordas contas bancárias, em reconhecimento público de uma carreira de sucesso, em aplausos de uma platéia que lhe inveja a posição ou status conquistado e assim por diante. Só essa prosperidade, eu não a quero para mim.

Jesus ensinou o caminho para Deus, sem julgar as aparências dos que seguiam. Ao contrário, falava a todos, indistintamente, de uma promessa além da realidade que limitava os anseios de seus ouvintes: falava da prosperidade "que vem do alto" . Os deveres mundanos, a moeda de César, tinham sim sua importância, mas em igual condição estavam também os deveres humanos para com Deus, a moeda de Deus. O que nos falta é a visão plena do significado dessa prática: a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Precisamos redefinir o conceito de prosperidade que carregamos conosco, se não mais desejamos o ridículo de uma fé que busca somente troca de favores. " Faço aqui minha parte, mas Deus tem de fazer a sua também", está gravado em nosso subconsciente. Ora, uma fé genuína não se mede pela prática pura e simples de um texto literal que a lei impõe, mas penetra as nuanças mais porfundas da Lei do Amor. Este é o maior manancial da vida plena e prospera.

Se buscarmos um sinônimo para prosperidade, dentre muitos encontraremos crescimento. Eis a chave que devemos portar na prática de nosso Dízimos, o crescimento em todos os sentidos. Aliás, Jesus quase não usa a palavra prosperidade, quando fala dos bens materiais ou espirituais, das riquezas que borbulham de suas promessas, mas sim nos adverte: " Guardai-vos de toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que esteja na abundância, não depende de suas riquezas". (Lc 12, 15).

Wagner Pedro Menezes. SP

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